A Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) divulgou seu relatório anual Adolescentes e Telas, trazendo insights esclarecedores sobre os gostos e preferências dos jovens consumidores de mídia.

O relatório intitulado "Get Real: Relatability on Demand" (Seja real: Capacidade de identificação sob demanda) mostra que adolescentes e jovens anseiam por capacidade de identificação e representação autêntica ao se relacionarem com a mídia. O estudo entrevistou 1.500 americanos entre 10 e 24 anos sobre seus hábitos e preferências de consumo de mídia. As respostas foram coletadas em agosto e mostram que 53% dos jovens americanos discutem filmes e programas de TV com os amigos mais do que discutem o conteúdo que assistem nas redes sociais. A Geração Z demonstra uma preferência distinta por animação a live-action (48,5%). O tipo de conteúdo preferido a que os entrevistados escolhem assistir com os amigos são filmes em vez de videogames e shows, e os adolescentes disseram que "ir ver um novo filme no cinema" seria a atividade de fim de semana mais bem classificada.

Ao todo, 57% dos entrevistados afirmam assistir à mídia tradicional (ou seja, filmes e programas de TV), mais do que as gerações mais velhas supõem, mas quase 80% dos entrevistados disseram que, na maioria das vezes ou sempre, assistem a programas de TV e filmes no YouTube ou TikTok em vez de na TV ou no cinema. Ao todo, 32% disseram que gostariam mais de ver histórias com as quais se identificassem na tela, mais do que histórias de fantasia ou inspiradoras. Eles querem ver histórias sobre "pessoas com vidas como a minha".

E 59,7% disseram que "querem ver mais conteúdo em que os relacionamentos centrais sejam amizades", 54,1% disseram que gostariam de ver "representações de personagens que não estejam interessados ​​em relacionamentos românticos naquele momento", 54,9% queriam ver mais "amizades entre gêneros diferentes" na tela e 49% disseram que gostariam de ver mais "amizades entre pessoas do mesmo sexo". O romance ficou em terceiro lugar na lista de tópicos que os jovens queriam ver explorados na tela, e 60,9% disseram querer ver relacionamentos românticos retratados "mais sobre a amizade entre o casal do que sobre sexo". 48,4% disseram que há "muito sexo e conteúdo sexual na TV e nos filmes". Relacionamentos tóxicos e triângulos amorosos também ficaram entre os temas mais cansativos ou desinteressantes para os jovens espectadores.

Em suma, contrariando estereótipos, o estudo sugere que os jovens querem ir ao cinema, ainda assistem a filmes e programas de TV e estão ansiosos para discutir o que assistem com os amigos. No entanto, quanto ao conteúdo voltado especificamente para eles, não há tanto interesse por histórias de amor ou coisas que pareçam fora do seu alcance. O que buscam é identificação, autenticidade e representações de relacionamentos profundos, enraizados em valores duradouros.